NOTA DO SINDVIG-RIO:
O Sindicato já denunciou a empresa CLAUFRAN ao Ministério Público do Trabalho e a DELESP – Delegacia de Controle de Segurança Privada, sobre todas as irregularidades trabalhistas cometidas pela empresa, além de diversas manifestações realizadas na porta da Prefeitura, nos postos de saúde e na porta da empresa. A denuncia no MPT gerou inquérito civil no qual o Estado irá investigar as relações obscuras e suspeitas entre a CLAUFRAN e a Prefeitura.
A CLAUFRAN junto com a Prefeitura do Rio vem renovando contratos e assumindo novos postos, como ocorreu em abril de 2018 que, mesmo sendo aplicada 22 multas pela Prefeitura por descumprimento de clausulas contratuais, a CLAUFRAN mais uma vez renovou contrato em 11 milhões de reais sem licitação, para fazer a segurança e vigilância de 58 hospitais.
O SINDICATO convoca os vigilantes da CLAUFRAN a procurarem o setor jurídico do SINDVIG-RIO para acionarem a empresa na justiça pelo total desrespeito aos direitos trabalhistas.
ABAIXO REPORTAGEM DO JORNAL EXTRA 05/06/2019
PACIENTES E FUNCIONÁRIOS RELATAM ROUBOS, FURTOS E AMEAÇAS DENTRO DO HOSPITAL LOURENÇO JORGE, NA BARRA
Por Flávia Junqueira – Jornal Extra
Clínicas da família da Zona Oeste estão sem vigilantes
Com salários atrasados há sete meses, vigilantes do Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra, já não têm mais condições de ir trabalhar. Os sete do plantão da última terça-feira não apareceram, e dois seguranças da sede da empresa terceirizada pela prefeitura foram deslocados para a unidade. Profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes relatam, no entanto, que durante a noite, não há segurança. E os relatos de furtos, roubos e ameaças vêm se tornando cada vez mais frequentes.
— Na última quinta-feira, um homem entrou e foi levando um monitor da enfermaria, bolsas dos pacientes e até lençóis. Os acompanhantes conseguiram impedir, mas o bandido fugiu — contou uma acompanhante que se identificou apenas como Renata. — À noite, muitos mendigos dormem no terreno do hospital. Sinto medo.
A diarista Valéria Machado, de 55 anos, acompanha a tia internada desde domingo e diz que até o caixa eletrônico que existe dentro do Lourenço Jorge é usado por moradores de rua para dormir:
— Quando dei de cara com eles, desisti de sacar dinheiro. Uma enfermeira relatou que um mendigo invadiu a cozinha com uma faca para pegar comida.
Na última terça-feira, uma equipe do EXTRA percorreu várias enfermarias, inclusive pediátricas, e a emergência do Lourenço Jorge sem ser questionada.
Assim como vocês tiveram livre acesso, alguém mal intencionado também pode entrar. Já atendi pacientes que foram vítimas de milicianos
— O atendimento aqui é ótimo. Nada me faltou. A equipe médica e de enfermagem é muito atenciosa. Mas a questão da falta de segurança existe. Presenciei quando uma médica teve o celular furtado no setor de raios X. Depois, encontraram o aparelho com um rapaz — contou Elionaldo Macedo, de 40 anos, internado há 21 dias, após sofrer fratura na perna em acidente de moto.
A falta de vigilantes não atinge apenas o Lourenço Jorge, cuja arquitetura horizontal, com paredes externas de vidro, o faz ainda mais vulnerável a bandidos. De acordo com funcionários, há cerca de dois meses, as clínicas da família administradas pela organização social Iabas, nas regiões de Jacarepaguá, Barra, Cidade de Deus, Bangu, Realengo, Campo Grande e Guaratiba, estão sem segurança.
— Somos nós, funcionários das clínicas, que abrimos e fechamos as unidades, expostos à violência — diz o profissional de saúde, que prefere manter o anonimato.
A Secretaria municipal de Saúde afirma que a empresa de vigilância “Claufran vem recebendo repasses, no entanto, a falta de comprovação dos pagamentos de encargos trabalhistas pela empresa causa lentidão nos repasses”. Nega a falta de repasses para pagamento de funcionários há seis meses.
Segundo a secretaria, a Claufran tem hoje os contratos de duas unidades hospitalares (Lourenço Jorge e um hospital de retaguarda na Zona Oeste), de quatro policlínicas e 32 sedes de serviços administrativos ou unidades básicas de saúde (clínicas da família e centros municipais de saúde) nas zonas Norte e Oeste.
A Secretaria de Saúde informou também que há uma licitação em curso para suprir a necessidade de vigilância patrimonial para órgãos públicos e que os repasses ao Iabas foram feitos integralmente até abril.
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