O GLOBO RIO: SEQUESTRO DE ÔNIBUS CHAMA ATENÇÃO PARA A FALTA DE SEGURANÇA NA RODOVIÁRIA

Apesar de haver lei determinando o uso de detectores de metal, terminal não possui os equipamentos há mais de dez anos

Por Carmélio Dias — Rio de Janeiro – 14/03/2024 04h30

O sequestro do ônibus Rio-Juiz de Fora dentro do perímetro da Rodoviária Novo Rio, na região central carioca, chamou a atenção para lacunas na segurança do terminal. O fato de o criminoso ter conseguido embarcar com uma pistola fomentou questionamentos, por exemplo, sobre a inexistência de detectores de metal na área de embarque. A lei estadual 2.672 de janeiro de 1997 determina que as “estações rodoviárias de transporte interestadual” são “obrigadas a instalarem detectores de metais, em seus terminais de embarque e desembarque”. O equipamento, no entanto, não existe na rodoviária carioca.

Nem sempre foi assim. Os equipamentos chegaram a ser instalados e funcionaram até pelo menos meados da década de 2000. De acordo com a concessionária que administra a rodoviária, os portais de detecção eram operados por 32 policiais militares e foram descontinuados após a retirada do efetivo. A PM, por sua vez, alega que não pode agir dentro do ambiente da rodoviária, que é privado.

Na tarde de ontem, representantes do Sindicato dos Vigilantes do município do Rio estiveram na rodoviária do Rio em busca de informações sobre o quadro de profissionais do setor que atuam no terminal.

— A realidade da rodoviária é precária com relação a segurança. É certo afirmar que não tem serviço de vigilância patrimonial, estivemos lá e havia apenas um vigilante que inclusive não estava uniformizado, os demais são vigias, porteiros e controladores de acesso que, pela portaria 18.045 da Polícia Federal, não podem hipótese alguma abordar pessoas, reprimir ações de assalto ou qualquer outro crime — disse Leandro Siqueira vice-presidente do sindicato.