ESCÂNDALO NA SAÚDE: MILHÕES PARA “LARANJAS”. VIGILANTES SEM SALÁRIO.

Fundação Saúde do Rio paga R$ 59,5 milhões a empresas suspeitas enquanto 700 vigilantes passam o Natal sem pagamento

Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2024

Em um caso que mistura suspeitas de corrupção e desrespeito aos direitos trabalhistas, a Fundação Saúde do Rio de Janeiro se encontra no centro de uma polêmica que afeta diretamente a segurança de importantes unidades de saúde do estado. Enquanto a instituição desembolsa R$ 59,5 milhões em contratos questionáveis, cerca de 700 vigilantes responsáveis pela segurança de UPAs e do Rio Imagem enfrentam um Natal sem salários.

Contratos Milionários e ‘Laranjas’

Investigações preliminares revelam que uma das empresas beneficiadas, a Jesban, tem como presidente um mestre de obras que recebe apenas R$ 1.700 mensais. Em setembro, esta mesma empresa, representada pelo pedreiro Antônio Carlos dos Santos, assinou um contrato sem licitação no valor de R$ 6 milhões com a Fundação Saúde.

Vigilantes Desprotegidos

Os aproximadamente 700 vigilantes que garantem a segurança de unidades críticas como UPAs da capital e Baixada Fluminense, além do Rio Imagem, estão há três meses sem receber salários. O 13º salário, vital para as festividades de fim de ano, também não foi pago.

Humberto Rocha, presidente do Sindicato dos Vigilantes do Rio (SindVigRio), declarou: “Estamos notificando extrajudicialmente a Fundação Saúde. É urgente regularizar esses pagamentos para que os vigilantes possam ter um Natal digno com suas famílias.”

Efeito Dominó

As empresas de vigilância Brasvip e Vigaforte alegam que o atraso nos pagamentos aos funcionários é consequência direta da demora da Fundação Saúde em quitar as faturas. Além dos salários, outros benefícios como vale-transporte e vale-refeição também estão em atraso, assim como o recolhimento de FGTS e INSS.

Demissões sem Direitos

A situação se agrava com a informação de que cerca de 400 vigilantes foram dispensados ao término de contratos sem receber suas verbas rescisórias. A Fundação Saúde, como responsável subsidiária, recusou-se a negociar com esses trabalhadores.

O Que Diz a Fundação

Procurada pela reportagem, a Fundação Saúde não se pronunciou até o fechamento desta edição. O caso levanta sérias questões sobre a gestão de recursos públicos e a proteção dos direitos trabalhistas no setor de saúde do Rio de Janeiro.

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