O ASSALTO AO VILLAGE MALL TRAZ A TONA O DESCASO DOS SHOPPINGS DO RIO DE JANEIRO

O assassinato do trabalhador Jorge Luiz Antunes expõe uma das maiores ilusões vendidas pela maior parte dos shoppings do Rio de Janeiro: – a ideia que seus frequentadores estão em uma ilha de tranquilidade e segurança em meio a esse mar de violência e caos que se tornou nosso Estado.

Na verdade, os shoppings estão a menosprezar a segurança dos colaboradores, funcionários e usuários, eis que, não contratam pessoas preparadas, treinadas e acostumadas a lidar com a segurança de patrimônio e da população substituindo por pessoas que efetivamente não são qualificadas para desenvolver a tarefa, traduz-se em um ato de desapreço pela população carioca.

Praticamente toda imprensa anunciou que “um segurança” foi morto. Demonstração cabal que todos acreditam que existe “segurança” dentro dos shoppings, seja segurança no seu sentido genérico, seja segurança no sentido de profissionais habilitados a exercerem a atividade de “Vigilantes”.

No entanto, não é bem essa a realidade da maior parte dos shoppings, especialmente quando falamos da Barra da Tijuca, que reúne boa parte do PIB de nosso município. Lá, o que encontramos são diversos shoppings com trabalhadores de terno, com rádio de comunicação e  fone de ouvido, homens e mulheres de boa estatura e porte físico, parecendo agentes do FBI, mas que na verdade, são controladores de acesso, porteiros, vigias e diversas outras denominações, mas não “seguranças”, ou falando corretamente, conforme determina a Lei 7.102/83 e Portaria 3.233/2012: – Vigilantes.

O profissional de vigilância é treinado e reciclado periodicamente para proteger o patrimônio. As exigências para exercer a função são previstas e regulamentas através de lei federal e de portarias. A equiparação ou ampliação dos requisitos da lei federal 7.102 ao vigia ou porteiro, não é aplicada na Lei.

Os Shoppings ao reduzirem às despesas, contatando pessoas não qualificadas para exercer a segurança, estão sonegando aos seus frequentadores as condições basilares de segurança, tal atitude, é no mínimo temerária.

Quando você vai pesquisar a fundo, descobre que a contratação do Vigilante, com formação, Carteira Nacional de Vigilante e demais exigências, são poucos, em contrapartida, são contratados vários trabalhadores com remuneração bem inferior ao piso do vigilante, com o intuito dos shoppings em reduzir seu custo com “segurança”, porém sem que a população perceba e continue frequentando suas dependências sem perceber a precarização da segurança, realizada em geral por diversas funções, menos por Vigilantes.

Quanto ao VILLAGE MALL muita coisa ainda está para ser esclarecida, em especial quem convocou o Jorge Luiz Antunes e prometeu pagar R$ 180,00? Foi uma empresa de vigilância, ou o Shopping, caso tenha sido o Shopping, o mesmo informou à Polícia Federal – DELESP esse posto de trabalho de “segurança”? Quem vai responder pelo trágico evento criminoso diante da família, reconhecer o vínculo empregatício e indenizar a família pela perda?

A sociedade do Rio de Janeiro precisa ser informada pela imprensa as reais circunstâncias da segurança dentro dos shoppings e discutir como em um local tão atrativo a atividades criminosas não possui uma legislação específica e mais rigorosa.  Precisamos maior envolvimento dos órgãos públicos.

1 Comentário

  1. É muito triste …. Nossa categoria merece mais respeito… Estamos falando de vidas que saem cedo de casa pra proteger o patrimônio dos outros. E não são remunerados corretamente, e muitos desses shoppings contratam vigias e porteiros pra fazer a segurança, mas os mesmos não tem os requisitos pra exercer tal profissão de vigilante. Pois pra se considerar um vigilante precisa passar por uma formação com AVAL da polícia FEDERAL. Em falar na polícia FEDERAL a tal poderia intensificar sua fiscalização quanto a esses shoppings que fazem covardias com essas pessoas.

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